domingo, 28 de outubro de 2012

GANHAR OU PERDER

 

out

28

Ganhar ou perder

Postado por lauritaarruda | Sem categoria | 28-10-2012 às 09:54

De Cassiano Arruda para o Novo Jornal

O completo afastamento da governadora Rosalba Ciarlini da eleição de hoje não pode reduzir o número dos reais vencedores (e perdedores) desse pleito eleitoral.

Na esteira da campanha de Carlos Eduardo Alves, uma chapa completa para 2014 aproveitou a campanha para se fixar perante o eleitorado: Robinson Faria (governador) e Wilma de Faria (senadora), repetindo a tática da então senadora Rosalba Ciarlini na vitoriosa campanha que elegeu Micarla de Sousa há quatro anos. Mas, não se pode acreditar que a vitória dessa chapa tenha transitado em julgado.

Afinal de contas, a deputada Fátima Bezerra ocupou uma posição de destaque nesse segundo turno. Além da necessidade de um maior exame da trajetória do próprio Carlos Eduardo Alves, que, no começo do ano, rejeitou a proposta dos seus primos Garibaldi e Henrique Alves para retornar aos quadros do PMDB, com a garantia da candidatura e o compromisso do partido custear as despesas de campanha.

Alves  não aceitou o convite, provavelmente, para não assumir a condição de liderado de ninguém. Saindo vitorioso das urnas será que ele vai aceitar um prato feito na próxima eleição?

A vitória de Hermano Morais aumentaria, ainda mais, o cacife do PMDB, que já conquistou um número expressivo no último dia 7, elegendo o maior número de prefeitos do estado, resultado que  dispensa qualquer outro tipo de  explicação. Mas, numa eventual derrota em Natal, não há como interpretar esse resultado de outra maneira, mesmo que a luta tenha deixado pontos positivos.

Porém, nessa hipótese, reduz a margem para futuras alianças, a não ser que aceite a posição subalterna de composição com quem o derrotou. Mas uma vitória na capital colocaria um novo nome  de destaque no cenário partidário. O nome do próprio Hermano. A referência já feita à deputada Fátima Bezerra não exclui a possibilidade de retorno do PT ao seu antigo leito, de disputar a eleição em faixa própria.

Tese que, para ser analisada, necessita única e tão somente da leitura dos mapas de apuração em Natal (onde concorreu com candidatura própria) e em Mossoró (compondo uma coligação com o grupo da deputada Sandra Rosado). Nas discussões internas, muitos petistas culpam a política de alianças que lhes foi imposta pela direção nacional como principal razão para o partido não ter crescido no Rio Grande do Norte num ritmo parecido com o crescimento registrado no resto do país.

O grupo que comanda o DEM conseguiu preservar duas das suas principais cidadelas, em Mossoró e Pau dos Ferros, onde tem a seu favor um estilo administrativo efi ciente e estruturante, além de contar nos seus quadros com a governadora do Estado (estrela solitária no cenário de governadores).

Sua posição sofrerá pouca influência no resultado da eleição de Natal. Para 2014, o partido só pode pleitear um único posto: é a recondução dela mesmo. Hipótese que vai depender, fundamentalmente, da capacidade de recuperação administrativa que apresentar nos próximos 17 meses.

Para o prefeito que for eleito hoje, existem, entretanto, dois exemplos que ele não poderá esquecer: é o perigo de querer transformar, em pouco mais de um ano de mandato, o potencial político que conquistou em capital sufi ciente para infl uir na campanha estadual, antes de conseguir uma base sólida, a partir de uma consistente ação administrativa.

Tanto Aldo Tinoco quanto Micarla de Sousa imaginaram que bastava o exercício do cargo de prefeito para entrar com força no tabuleiro político estadual, cada  qual tentando criar a própria oligarquia. E terminaram se dando  muito mal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário